Plano de contas: entenda por que é importante desenvolvê-lo!

Plano de contas: entenda por que é importante desenvolvê-lo!

6 minutos de leitura

Plano de contas é o conjunto de contas que norteia os trabalhos contábeis de uma empresa. Ele é a estrutura sobre a qual se constrói o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, dois dos instrumentos mais importantes da contabilidade.

Cada empreendimento deve ter um plano de contas personalizado, já que ele abrange todas as movimentações financeiras da pessoa jurídica e possui divisões para a alocação de cada uma delas. A importância desse elenco de grupos e contas pode ser vista por fatores em cadeia: toda empresa precisa — e é obrigada por lei — a ter escrituração contábil. E não é possível fazê-la sem um plano de contas.

Ou seja, ele é indispensável para qualquer negócio, mas também é de extrema importância por outros motivos relativos à gestão da empresa. Continue a leitura para ver em detalhes a relevância do plano de contas e como ele pode ser útil em questões administrativas. Confira!

Importância do elenco de contas contábeis

A lista de grupos e contas da escrituração contábil direciona o trabalho dos profissionais de contabilidade, fornecendo a organização hierárquica dos elementos que irão basear, posteriormente, os resultados e demonstrativos.

O fato de o plano ser bastante maleável — desde que dentro das normas internacionais de contabilidade — faz com que ele atenda às necessidades das organizações a qualquer momento e em qualquer situação. Como mencionamos, ele é a base para a elaboração do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Ou seja, ele não permite nenhum erro de escrituração que parta de sua estrutura — componentes e organização.

Estrutura do plano de contas

A lista divide-se em quatro grupos. Cada um deles possui subdivisões, para maior detalhamento das contas e suas influências econômico-financeiras.

Ativo

O primeiro a ser listado sempre é o grupo que detém direitos e bens, como contas a receber, disponibilidades — caixa e conta bancária — e posses, como imóveis e automóveis. Em relação às informações, o ativo é internamente desmembrado, categorizando cada conta de forma mais correta pelos subgrupos:

  • Circulante: são os bens que se movimentam, já são convertidos em dinheiro ou serão rapidamente, como recebíveis dentro do ano, caixa e conta bancária;
  • Não-circulante: abrange contas a receber no ano seguinte ao corrente;
  • Imobilizado: envolve os bens móveis e imóveis.

Passivo

Esse grupo representa a parte de movimentações que diminuem o patrimônio, como contas a pagar e impostos. A organização é a seguinte:

  • Circulante: representa as obrigações a serem honradas dentro do exercício atual, geralmente impostos, salários e parcelas de compras operacionais ou não;
  • Não-circulante: essa subdivisão engloba apenas as contas provisionadas a serem pagas no ano seguinte;
  • Patrimônio líquido: não é uma subdivisão, mas uma conta em destaque. Apura o patrimônio da empresa e é alocada no passivo por ser uma obrigação dela para com os sócios.

Receitas e despesas

O terceiro grupo compreende os lançamentos de resultado, chamados assim por serem os que fazem todo o movimento da empresa — do grupo de resultados e também dos demais.

Receitas operacionais

Como o nome já diz, são as receitas geradas em atividade empresarial — vendas, industrialização e prestação de serviços, individual ou simultaneamente.

Receitas não-operacionais

Nesse subgrupo encontram-se os ganhos adquiridos de outras formas, como em juros sobre crédito concedido ou venda de ativo imobilizado.

Despesas operacionais

São gastos relacionados à atividade do negócio, pois são necessários para mantê-lo, como custos com aquisições de insumos, administrativos e com vendas.

Despesas não-operacionais

Ao contrário das operacionais, essas despesas não têm relação com a finalidade da organização — doações, donativos e patrocínio a eventos, por exemplo.

Elaboração do plano de contas

Deve-se saber qual estrutura é desejada para as demonstrações, como balanço patrimonial e demonstrativo de resultado, pois os relatórios terão a mesma estruturação do plano e o mesmo nível de detalhamento.

Novamente, é preciso atentar à legislação para que nenhuma norma seja desrespeitada. Então, inicia-se criando os grupos gerais, subgrupos e depois suas contas.

Existem modelos para uso, mas nenhum deles adapta-se totalmente aos empreendimentos. Porém, pode-se utilizá-los e ir adequando os modelos às características da empresa — sempre observando o processo organizacional de criação e escrituração.

Ativo, passivo e grupo de resultados respectivamente

Parte-se para a criação dos elementos mais particulares. Ou seja, a ordem é ativo, passivo e receitas e despesas. O contrário até pode ser feito, mas qualquer esquecimento nas contas de resultado depois de prontas e durante o desenvolvimento dos elementos patrimoniais pode gerar retrabalho e desorganização no plano.

Detalhamento em ordem crescente

Os níveis e subníveis devem sempre ser observados e colocados na ordem correta enquanto a elaboração está em curso. Por exemplo, desenvolver receitas abrangendo o subgrupo vendas e este envolvendo as contas Produto A e Produto B, nessa ordem.

Utilização do centro de custo

Além das contas, para cada lançamento contábil pode ser atribuído um centro de custo. Esse fator organiza melhor as despesas e receitas e tem capacidade de prover resultados individualizados para análise.

Se a empresa vende quatro produtos distintos, por exemplo, cada um deles pode ter o próprio centro de custo em registros referentes a despesas administrativas, logísticas, de publicidade e de vendas — além do faturamento.

Com essa possibilidade, o plano tem capacidade para auxiliar na verificação de investimento a ser feito ou gasto a ser cortado por não gerar retorno.

Diferença entre os planos contábil e gerencial

Os planos de contas utilizados em todas as empresas seguem normas de escrituração iguais. Apenas diferenciam-se entre organizações pelas particularidades internas de cada uma, atividades empresariais distintas e tamanhos diferentes de portes.

Já o plano gerencial não é desenvolvido em todas elas — apenas quando os gestores constatam a necessidade de visualizar o plano e os relatórios de escrituração de forma menos complexa, otimizada para a gestão do negócio e fiel à realidade do empreendimento em termos administrativos.

Conclusivamente, o plano gerencial é criado para que se tenha melhor estrutura do fluxo de resultados para fins de análise e gerenciamento.

Integração dos planos

Mesmo tendo diferenças, as informações do plano contábil são úteis ao gerencial — além de serem idôneas e fiéis às movimentações. Por isso, é possível reaproveitá-las para uso no plano gerencial. De preferência, deve-se automatizar essa integração para agilizar processos.

A importância do plano de contas não está apenas no atendimento à legislação, que obriga o processo de elaboração da escrituração contábil e sua transmissão em declarações acessórias. O elenco de elementos pode e deve ser uma ferramenta para a empresa, pois sua maleabilidade proporciona enorme organização nos dados — entrando na gestão de setores, finanças e processos.

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